sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Outra Face da Graça!


A outra face da Graça


Rubinho Pirola


Aprendemos desde pequenos, que graça é um favor imerecido.

Correto. Mas ainda não de todo.

Tratando-se da Graça de Deus, trazida a nós no seu culminar - no favor de Cristo, na plenitude dos tempos, na entrega do Unigênito Filho de Deus para resolver a nossa questão - existe algo a mais na sua definição.

Se graça fosse somente um favor ofertado a quem não merece, o diabo e seus demônios estariam igualmente debaixo de graça, mas isso não é verdade.

Pensemos bem: Se Deus pode destruir o inimigo, o aproveitador, o acusador das nossas almas e mentes, e não o faz, quer dizer que Ele não o está premiando, beneficiando-o de maneira nenhuma. Há um plano que às vezes nos escapa à razão. Deus que não tem absolutamente no diabo e seus anjos, inimigos à Sua altura, não destruindo-os, não põe-nos debaixo de um favor imerecido, como premia aos Seus filhos. Se assim fosse, teríamos de os expulsar pedindo um favor aos "colegas" ou aos irmãos.

Já pensou?

"Desculpem, xarás, será que me podiam dar a gentileza de irem um pouco pra lá, saindo deste corpo que não lhes pertence? Se fazem favor, companheiros da graça..."

A graça aplicada a eles, não teria um caráter de favorecimento, de beneficiá-los. Ela os poupa sim, para que se cumpra o propósito de Deus. Ela deve trazer a eles o medo, o pavor, certos que devem estar, do final que lhes está preparado.

A graça de Cristo em nós vai além. A graça em nós aponta para o amor, para a identidade que temos em Deus. Não é o que fizemos ou possamos fazer, nem o que não fizemos, ou atos nossos de merecimento, mas o que Ele fez por graça, revelando-nos outra possibilidade de vida, outra identidade; antes forasteiros, afastados, agora, um com Ele, estranhos feito filhos por adoção por graça, um benefício Dele para cada um de nós. A graça nos livra da lei perversa da meritocracia, do toma-lá-dá-cá (como aliás pregam os que querem assassinar tamanha verdade e doutrina). Ela sempre revela o amor de quem a deu e incentiva o amor e a gratidão àquele que dela se beneficia.

E mais: tem ainda um caráter ensinador.

É pela graça que o Espírito Santo trabalha em nós, edificando em cada um que dela bebe, o caráter de Cristo, despertando em nós a gratidão - que nos constrange, que nos força, que nos obriga (2 Coríntios 5:14) a servirmos a Ele - não há outro caminho a seguir.

É o que afirma Paulo a Tito:

“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente.” (Tito 2.11-12)

É isso. Deus age em nós perdoando-nos, não levando em conta os nossos erros, não porque tolera a bagunça, o erro... deixando o barco correr frouxo. Mas assim age, porque tem um propósito maior - o nosso crescimento.

E não para que habitemos o céu amanhã, mas vivamos hoje, de maneira sensata, justa e pia (da maneira de Deus!).

Amém! Trabalhe em mim, Senhor! Deixe a Sua graça agir em mim.





Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2012/09/a-outra-face-da-graca.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pornografia - O que é e como se livrar dela!


PORNOGRAFIA – O QUE É E COMO SE LIVRAR DELA

Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte. (Tiago 1:13-15 NVI)
Walter McAlister
Li recentemente um artigo na revista cristã“First Things” que me mostrou a essência da pornografia: não é social nem uma expressão de carência afetiva ou física, mas a expressão de um problema espiritual da maior gravidade.
A raiz da questão se acha num dos “oito pecados mortais”. Muitos conhecem os, ditos, sete pecados capitais. Mas, historicamente, sempre houve oito. O que caiu em “desuso”, por assim dizer, é o conhecido como “Acédia” (uma palavra do latim que ainda não tem uma correspondência na língua portuguesa moderna). Esse pecado pode ser definido como “o vício de duvidar do amor de Deus e o abandono da busca de achar o seu prazer nele”.
Segundo Gregório, o Grande (monge que virou papa dos católicos e tornou-se conhecido como o pai do estilo de música sacra chamado Canto Gregoriano), esse vício tem seis filhas: malícia, ressentimento, fraqueza de vontade, desespero, lerdeza no obedecer os mandamentos e a errante inquietação da alma.
A Errante Inquietação da Alma
Essa filha da Acédia é a causadora de voyeurismo (o desejo de ver o que não deve, também conhecido como “a cobiça dos olhos”). Em 1 Jo 2.15-17 achamos a seguinte anatomia do pecado: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.
Tomás de Aquino, na obra literária “Summa Teológica”, disse que o passeio do olhar (inspectio spetaculorum) se torna pecaminoso quando nos torna propensos aos vícios de lascívia ou crueldade por conta das coisas vistas. De fato, a Igreja sempre soube que o desejo dos olhos e o da carne se retroalimentam e reforçam um ao outro. Seja pela barbárie de um programa como o do Ratinho, pela indiscrição de um BBB ou por um website pornográfico, esses pecados brutalizam e criam uma compulsão avassaladora e escravizante.
A pornografia acaba se alojando na alma da pessoa presa por esse tipo de pecado e a torna escrava, sem, no entanto, fazer com que ela alcance a verdadeira satisfação. Sempre deixa um vazio ainda maior.
Pior, o escravo deste pecado despreza o valor transcendente do ser humano e acaba apagando do seu imaginário o sagrado – literalmente a imagem de Deus no seu próximo. Em outras palavras, a pessoa se torna um objeto somente. Essa frieza adentra a alma e apaga a luz de Deus que nela está. Por isso Jesus disse em Mateus 5.27: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá- la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno”. E, em Mateus 6. 22: “Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!”
Castidade – a única alternativa
Castidade não é um medo ou ojeriza da sexualidade, mas a valorização da natureza sagrada do ser humano, inclusive no que diz respeito a sua privacidade e o exercício sacro da sua sexualidade.
Mas a castidade sexual é uma consequência direta da castidade espiritual. Castidade espiritual é a união das suas afeições a Deus somente. Ele, afinal, é o único merecedor de todo o nosso amor. Por isso é que diz em Deuteronômio 6.4: “Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.”
A única defesa contra a pornografia
Se a nossa alma não estiver cheia de Deus, viveremos necessariamente a “errante inquietação da alma”. A alma tem sede. A alma tem fome. Se houver um vazio, faremos por onde para enchê-lo. Se não estivermos cheios de Deus, nossa alma vagará buscando o que poderá enchê-la. Mas não existe alternativa. Não existe o que possa encher a alma sedenta. Como disse Agostinho, no seu livro “Confissões”: “A minha alma vivia irrequieta até que achou pouso em Ti”.
Pela devoção a Deus, pela leitura das Sagradas Letras e pela oração descobrimos uma paz e um silêncio íntimo que, quando cultivados, fazem com que as coisas vãs, sujas e efêmeras deste mundo nos pareçam o que são – uma mesa de imundície repulsiva para quem já se alimentou de finos manjares celestiais. Em resumo: quanto mais cheio de Deus, menos espaço sobra para qualquer outra coisa.
Na paz,
+W.
Fonte: Blog do Autor | Compartilhado no PCamaral
***
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Como uma onda no mar... O declínio dos moveres!


Como uma onda no mar... O declínio dos moveres

Hermes C. Fernandes

De alguns anos para cá, fala-se muito de “moveres” supostamente protagonizados pelo Espírito Santo com o objetivo de despertar a fé dos crentes. Já vivenciei alguns deles, ainda que não tenha me envolvido diretamente.

Antigamente, falava-se de avivamento, e isso mantinha nos crentes certa expectativa sobre a intervenção soberana de Deus na história. Países como o de Gales foram cenários desses despertamentos espirituais, que resultaram em conversões em massa e transformações sociais profundas. Diz-se que graças ao avivamento metodista, a Inglaterra não teria mergulhado numa revolução sangrenta semelhante à vivida pela França na mesma época.

Agora a moda é falar de “moveres”. Segundo seus defensores, seriam “ondas” geradas pelo Espírito, visando o crescimento da igreja.

Tal expectativa nos remete à crença nutrida pelos judeus contemporâneos de Jesus de que um anjo vinha de tempo em tempo agitar as águas de um tanque chamado Betesda. Multidões se reuniam ao redor dele em busca de curas milagrosas. Bastava que as águas fossem agitadas.

Tenho a impressão de que alguns pregadores postulam o lugar de tal anjo. Querem reproduzir artificialmente um “mover” que resulte nos mesmos frutos daquilo que originalmente fora provocado pelo próprio Deus.

Pelo menos já não se atrevem a apelidar tais movimentos de “avivamento”. Embora a nomenclatura seja outra, a expectativa é a mesma. Mas agora, em vez de esperarem por um anjo, esperam por uma campanha, por um encontro face a face com Deus, por uma nova estratégia evangelística, por um modelo eclesiástico adotado por alguma megaigreja, ou mesmo uma revelação inédita.

Lembro-me de ter lido no livro “Igreja com Propósitos” de Rick Warren que os pregadores deveriam ser como surfistas à espera de ondas. Segundo ele, não nos compete produzir as ondas, mas simplesmente surfar sobre elas. Embora seu posicionamento pareça mais razoável do que aqueles que defendem os “moveres” produzidos artificialmente, atrevo-me a discordar dele.

Toda “onda” tem um começo discreto, um ápice fugaz, e um desfecho fatídico. Quem decide estar onde elas começam, aproveita melhor o momento, participando do seu surgimento, desfrutando do seu apogeu, e acabando na sua quebrada na areia. Porém, a maioria entra na onda quando esta está no auge, sem darem-se conta de que quanto mais alta ela estiver, mais próxima estará de quebrar.

Assisti in loco à emergência e ocaso de muitos movimentos. Poderia citar alguns deles aqui, mas não quero ferir os escrúpulos de ninguém. É sempre a mesma estória... Um vai-e-vem que se repete exaustivamente. Para os pregadores surfistas, o importante é aderir à moda, isto é, àquilo que dá certo, que atrai multidões, e, por conseguinte, os recursos para a manutenção da máquina eclesiástica.

O problema é que, semelhante aos moribundos do tanque de Betesda, ficamos com nossas atenções tão voltadas para o tal “mover das águas”, que não percebemos a presença de Cristo entre nós.

Que tal se avançarmos um pouco mais na direção do oceano, para além de onde as ondas começam? Não foi lá que Jesus ordenou que Pedro lançasse suas redes?

Saiamos das águas rasas e da espiritualidade superficial proporcionada por tais moveres, e avancemos na direção do que é permanente, constante, eterno.

No dizer de Paulo, deixemos as coisas de meninos, dentre as quais a inconstância típica da adolescência, e sigamos a verdade em amor, a fim de que alcancemos um crescimento não apenas numérico, mas, sobretudo, qualitativo.


Hermes Fernandes colabora com o Genizah


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2012/09/como-uma-onda-no-mar-o-declinio-dos.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Alma de Mártir!


ALMA DE MÁRTIR

Por Joacy Júnior
Senhor, se em chamas ardentes
Quiserem me colocar,
Irei confiante, de alma triunfante,
Pois sei que comigo estás.
Se os chicotes da vida quiserem me açoitar,
Verei os vergões nas costas a ficarem.
Se os meus pés em grilhões não pararem de sangrar,
Ainda assim à meia noite eu irei Te louvar.
Continuarei o meu rumo
Visando o teu rosto.
Ainda que em cova profunda
Encontre leões ferozes, atrozes e sôfregos.
E na caminhada ao céu
Seguirei Tua luz,
Pois um dia vi Teu semblante agonizante
Entre os braços da cruz.
Por isso Senhor
As pedras que me atinjam,
Mas Teu amor não negarei;
Mesmo morrendo,
Mas com gozo na alma
Um mártir serei.
Recebe Senhor o meu espírito
E não lhes impute o pecado.
Tenha-me em Teu Reino
Como um bem aventurado.
Entrego-te a minha vida,
Pois é ela o meu tudo.
Meu espírito Te reverencia:
“Ave Christe, moritura te saluto*”
* Isto é: “Salve, ó Cristo, morrendo te saúdo”. Costumavam os gladiadores pagãos, agonizantes, lançar ao ar um punhado de sangue e saudar o imperador, bradando: “Ave, Caesar, moriturus te saluta!” (Salve, César, quem está a morrer te saúda!). Refere a história que alguns mártires cristãos saudavam a Jesus Cristo com palavras idênticas quando por ele morriam.
Sempre em Cristo… em QUEM todos os dias morro para viver com Ele naquele grande Dia.
***
Joacy Júnior edita o blog pela Volta ao Evangelho e poetiza aqui pelo Púlpito Cristão.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A necessidade de um estado laico!


A necessidade de um estado laico

Disputa pelo voto evangélico
agita corrida à prefeitura de São Paulo
 Johnny Bernardo

Se no ditado popular "religião e política não se discute", na vida pública a distância entre Estado e Religião deve ser preservada. A teocracia, comum em alguns países árabes, tem como marco principal a interferência - não divina, mas religiosa - no cotidiano das pessoas. A interferência por vezes é caracterizada por imposições doutrinárias, punições aos delitos e perseguição às religiões concorrentes. Nos estados confessionais, apesar de garantida a liberdade de culto aos demais credos religiosos, há primazia e até favorecimento da religião oficial. 

Nos países seculares ou laicos - mesmo que mantida a distância entre religião e Estado – há uma forte influência das organizações religiosas, pondo em risco os limites estabelecidos pelo republicanismo. Estados Unidos e Brasil são dois países onde a religião é tema frequente de debate e disputa política. A formação histórica explica, em parte, a presença da religião na vida política dos norte-americanos – a disputa presidencial entre o "evangélico" Barack Obama e o mórmon Mitt Romney tipifica todo um contexto histórico em que religião e política mesclam-se no debate público.

Apesar de reconhecidamente laico – conquista alcançada com a proclamação da República e a Constituição de 1889 -, o Brasil continua sob forte influência de líderes e grupos religiosos. Nos séculos seguintes, com a explosão do fenômeno pentecostal e neopentecostal – hoje englobando algo em torno de 42,3 milhões de evangélicos, segundo o Censo 2010 do IBGE –, a religião volta a ser tema de debate e especulação política. Em São Paulo e Rio de Janeiro – e também nas demais capitais do Brasil - templos evangélicos são disputados palmo a palmo por candidatos ao paço municipal.

Ausência de laicidade 

Tanto no Brasil como nos Estados Unidos a presença de símbolos religiosos em repartições públicas, ensino religioso pautado de acordo com a religião dominante e a influência de religiosos nas decisões dos governos é um claro indício de fragilidade republicana. A laicidade pressupõe neutralidade em assuntos que dizem respeito unicamente às entidades religiosas, decisão com base no interesse nacional etc.

Apesar de todos os conceitos pré-definidos na cartilha republicana e da luta por um Estado laico, a tendência mundial é a da divisão religiosa. Inevitavelmente o mundo caminha para teocracias, estados confessionais e um crescente fanatismo religioso. São consequências do desenvolvimento tecnológico, do isolamento cada vez maior da humanidade. A religião terá maior espaço nas gerações futuras do que na Antiguidade. 



Johnny Bernardo é jornalista, pesquisador da 
religiosidade brasileira e colaborador do Genizah


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2012/09/a-necessidade-de-um-estado-laico_22.html
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sábado, 22 de setembro de 2012

Existe realmente poder em nossas palavras?


Existe realmente poder em nossas palavras?

.

Por Antônio Pereira Jr.

Há alguns dias entrei numa livraria evangélica. Olhando as novidades, vi, estupefato, que as obras que estavam à vista eram aquelas que falavam sobre o poder inerente da língua. Como: “Há poder em suas palavras”, “Zoe: a própria vida de Deus”, “A sua saúde depende do que você fala”, etc.

Conversando com a atendente perguntei-a sobre os livros que estavam mais escondidos, como por exemplo, os livros de teologia, de referências, de história da Igreja, etc. Ela respondeu-me que são livros que não sai das estantes, a não ser que algum pastor, professor ou seminaristas venham a adquiri-los. E disse-me que mais de 90% das pessoas que frequentam a livraria só compram livros dessa “nova teologia”. 

É lamentável que isto seja um reflexo da falta de conhecimento da Igreja hodierna. As pessoas não querem mais pesquisar a fundo o que se vende ou se escuta por ai. Só querem bênçãos, sem se importar com o abençoador. Querem as coisas de Deus, embora não pensem em conhecê-lo. Buscam o pão da terra, mas rejeitam o pão do céu. Nestas poucas linhas tentarei demonstrar que apesar de estar impregnada na Igreja como um todo, a confissão positiva é uma falha grave da chamada “nova teologia”. 

DEFININDO OS TERMOS 

O que é o Movimento do Pensamento Positivo? É a crença em que o pensamento de uma pessoa é o fator primordial em relação a suas circunstâncias. Só em ter pensamentos positivos todas as influências e circunstâncias negativas serão vencidas.

E o Movimento de Confissão Positiva? É a versão cristianizada do pensamento positivo que essencialmente substitui a fé em Deus pela habilidade de ter fé em si mesmo. O simples fato de confessar positivamente o que se crê faz com que o desejo confessado aconteça. (1) 

O verbo decretar está sendo conjugado dia-a-dia pelas mais variadas denominações. Não são poucas as pessoas que usam o jargão evangélico: “Tá decretado!” Não faz muito tempo às famosas frases de efeito no meio evangélico eram outras bem menos danosas para a fé cristã, como, por exemplo: “O sangue de Cristo tem poder” – nem sempre usada no contexto correto –, “Tá amarrado!” etc.

Mas, qual o motivo da frase “tá decretado” – e suas variações – estar errada? Não temos que reivindicar os nossos direitos junto ao Pai? Não somos filhos do Rei? As nossas palavras não possuem poder?

Para responder, sinceramente, a estas e outras perguntas, gostaria de dar algumas explicações do por que não creio na assim chamada “confissão positiva”.

Devemos também lembrar-nos de que o termo “decreto” pertence somente ao Senhor de Toda Glória, como bem falou Rubens Cartaxo Junior: “Os Decretos eternos de Deus é exclusivo de Sua pessoa o qual fez desde a Eternidade – Sl 33.11; Is 14.26-27; 46.9-10; Dn 4.34-35; Mt 10.29-30; Lc 22.22; At 2.23; 4.27-28; 17.26; Rm 4.18; 8.18-30; I Co 2.7; Ef 1.11; 2.10; II Tm 1.8-9; I Pe 1.18-20. Estes textos demonstram que Deus tem um propósito, ou um plano, para o Universo que criou. Este plano existe antes da criação. É um plano sábio, de acordo com o conselho de Deus. Ninguém pode anulá-lo, pois é Eterno”. (2) 

A “confissão positiva” é parte da “teologia da prosperidade”, tão divulgada e recebida pela Igreja brasileira. Esta doutrina vem sendo divulgada há alguns anos no Brasil, especialmente por R. R. Soares que é o responsável pela divulgação dos livros de Kenneth E. Hagin, principal expositor desta doutrina. Hagin diz que recebeu a fórmula da fé diretamente de Jesus, e mandou escrever de1 a4 esta “fórmula”. Com ela, diz, pode-se conseguir tudo.

Consiste em: 

(1) “Diga a coisa”, positiva ou negativamente, tudo depende do indivíduo.

(2) “Faça a coisa”, o que nós fazemos irá determinar a nossa vitória.

(3) “Receba a coisa”, a fé irá dinamizar a ação e Deus tem que responder, pois está preso a “leis espirituais”.

(4) “Conte a coisa”, para que outras pessoas possam crer. Deve-se usar palavras como: decretar, exigir, reivindicar, declarar, determinar, e não se pode pedir “se for da tua vontade”, pois isso destrói a fé.

Não são poucos os líderes que adotam e pregam essa doutrina. Como disse o próprio R. R. Soares em uma entrevista para a Revista Eclésia, quando perguntado se ele era adepto da teologia da prosperidade, ele respondeu:
“…Agora, eu prego a prosperidade. Prefiro mil vezes pregar teologia chamada da prosperidade do que teologia do pecado, da mentira, da derrota, do sofrimento… A teologia da prosperidade, pelo que se fala por aí, eu bato palmas. Não creio na miséria. Essa história é conversa de derrotados. São tudo um bando de fracassados, cujas igrejas são um verdadeiro fracasso”. (3)
Para muitos, ganhar e ter dinheiro viraram sinônimos de vitória. E o que mais nos impressiona é a suposta “base bíblica” para defender seus devaneios. Um exemplo clássico é o texto de Filipenses 4:13 – que virou um moto na boca dos cristãos hodiernos – que diz: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” . Só que os adeptos da teologia da prosperidade ignoram por completo o contexto da passagem. Veja o que diz os versos 11 e 12: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter em abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade”.

Em outras palavras Paulo diz-nos que poderia passar por qualquer situação –fome, abatimento, necessidade, ter de tudo e não ter nada – pelo simples fato de que a sua força, em momentos de tribulação ou não, era Jesus Cristo.

Esse movimento pensa que a língua e a mente têm um poder que pode criar as circunstâncias ao nosso redor. Não é mais do que uma “parapsicologia evangélica”. Muitas das coisas que os “doutores da fé” dizem são clones dos ensinamentos do poder da mente, muito explorado pelo Dr. Joseph Murphy anos atrás. Ele escreveu alguns livros como: “Como usar as leis da mente”, “Conversando com Deus”, “As grandes verdades da Bíblia”, “A magia do poder extra-sensorial”, “O poder do subconsciente”, dentre outros.

Vou apenas citar um trecho do livro “A paz interior”, do Dr. Murphy para vermos que se parece muito com os “doutores da fé”. Comentando João 1:5-7 ele diz:
“As trevas referem-se à ignorância ou falta de conhecimento da maneira como a mente funciona. Estamos nas trevas quando não sabemos que somos o que pensamos e sentimos. O homem está num estado condicionado do Não-condicionado, com todas as qualidades, atributos e potenciais de Deus . O homem está aqui para descobrir quem é. Não é um autônomo. Tem a capacidade de pensar de duas maneiras: positivamente e negativamente . Quando começa a descobrir que o bem e o mal que experimenta são decorrentes exclusivamente da ação de sua própria mente, começa a despertar do senso de escravidão e limitação ao mundo exterior. Sem conhecer as leis da mente , o homem não sabe como produzir seu desejo”. (4)(grifo nosso)
Vejamos ainda o que Jorge Linhares diz em seu livro: “Bênção e Maldição”, onde mostra um Deus dependente do homem, este é o Evangelho da Confissão Positiva e do Evangelho da Maldição – “Palavras produzem bênção… [ou] maldição… Palavras negativas… dão lugar a opressão demoníaca… …Palavras positivas (confissão positiva), amorosas, de fé, de confiança em Deus, liberam o poder divino para desfazer a opressão…” (5) 

SUPOSTA BASE BÍBLICA DA CONFISSÃO POSITIVA 

Existem algumas supostas bases bíblicas que os defensores da confissão Positiva usam para defender esta doutrina, vamos dar apenas três passagens para não tomar muito tempo, no entanto, as demais passagens seguem basicamente esta linha de interpretação. 

Marcos 11:22-23 – “E Jesus, respondendo, disse-lhe: Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito”. 

Os defensores apregoam que o verso acima ensina que devemos ter a fé de Deus, ou seja, a confissão que gera as coisas. Declarar a existência de coisas que do nada virão a existir, podendo assim criar a realidade que quisermos.

O Pr. Jorge Issao Noda explica muito bem esta passagem em seu livro: “Somos deuses?”, ele diz:
“Copeland editou uma Bíblia de referência onde este texto tem uma leitura alternativa: ‘Tende a fé de Deus’. Capps, Price, Hagin, são unânimes nesta interpretação. Hagin afirma, inclusive, que ela está de acordo com a visão dos eruditos em grego. O texto diz: echete (tende) pistin (fé) theou (de Deus). De Deus? Então Deus tem fé! Sendo assim, os mestres da Fé têm razão. Os cristãos, através dos séculos, estiveram interpretando erroneamente este texto. Xeque-mate? De maneira nenhuma. Robertson, um dos maiores eruditos em grego, afirma que o texto deve ser traduzido para ‘tende fé em Deus’ porque se trata de um genitivo objetivo. Neste caso Deus não é o sujeito da fé (fé de Deus), mas o objeto da fé (fé em Deus). Os eruditos em grego maciçamente concordam com Robertson, contrariando a afirmação de Hagin”. (6)
Temos que ter fé em Deus, essa nossa fé em Deus é que faz com que os montes que enfrentamos a cada dia sejam superados, não pelo poder inerente a fé, mas no poder inerente do doador da fé, ou seja, o nosso Deus. Sem essa fé não venceremos, mas com Ele somos mais do que vencedores. 

Provérbios 6:2 – “E te deixaste enredar pelas próprias palavras; e te prendeste nas palavras da tua boca”. 

Este texto, dizem, significa que o poder de não passar por problemas está na língua. No entanto, Salomão está falando da pessoa que ficou por fiador de outro, como expressa o versículo anterior: “Filho meu, se ficasse por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho, e te deixaste enredar pelas próprias palavras; e te prendeste nas palavras da tua boca”. (grifo nosso)

A Bíblia de Genebra explica o termo “enredado”: “Pedir dinheiro emprestado é uma coisa, mas prover segurança para outrem é caminhar para dentro de uma armadilha feita pelo próprio indivíduo”. (7) 

Provérbios 18:21 – “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. 

Este versículo explica que devemos ter o cuidado de que nossas palavras não venham a nos trazer situações embaraçosas. Temos que saber como dizer as coisas, pois certamente colheremos situações que são causadas por nós mesmos. No entanto, este verso não dá margem para dizer que são as palavras em si que nos dá o controle das circunstâncias da nossa vida. São situações específicas e não o destino do ser humano que é traçado pela verbalização dos nossos desejos interiores. Palavras negativas ditas a um filho, por exemplo, podem sim trazer sérias complicações psicológicas no desenvolvimento sadio de um indivíduo. Mas nem isso pode ser regra geral, pois o contrário também ocorre. Ou seja, um filho pode receber maus estímulos psicológicos dos pais e usarem esses maus estímulos até para vencer na vida e serem pessoas melhores que seus pais. Nem sempre “filho de peixe peixinho é”.

Para uma compreensão melhor do que eu quero dizer, deixe-me mostrar-lhes algumas implicações práticas sobre a Confissão Positiva. Se você crer nesta doutrina, então terá que desconsiderar aquilo que eu irei falar a seguir. Mas se você quer ponderar o assunto, leia com atenção as frases seguintes: 

IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DE SE CRÊ NA DOUTRINA DA CONFISSÃO POSITIVA 

Citaremos algumas implicações preocupantes que comprovam a periculosidade desta doutrina para os cristãos menos desavisados: 

1 – A Doutrina da confissão positiva aniquila a Soberania de Deus. 

Deus não depende das palavras dos homens para agir. Deus é e sempre será Soberano. Soberania é o atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gn 14:19; Ne 9:6; Ex 18:11; Dt 10:14-17; I Cr 29:11; II Cr 20:6; Jr 27:5; At 17:24-26; Jd 4; Sl 22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap.19:6).

Já imaginou um Deus que depende do homem para agir? Com certeza Ele entraria em enrascada se estivesse sujeito às oscilações da vontade humana. Eu mesmo não queria um Deus desse tipo. Prefiro o Deus da Bíblia que “tudo faz como lhe apraz”. (Sl 115:3). 

2 – A Doutrina da confissão positiva enaltece o homem. 

Quando entendemos biblicamente quem na realidade é o homem, ficamos sobremaneira conscientes de nossas falhas e limitações. Quanto mais a confissão Positiva enaltece o homem, mais eu vejo o seu erro. A Bíblia nos mostra claramente que o homem nada é comparado ao Senhor nosso Deus.

A Bíblia retrata como na verdade é o homem (Ezequiel 16:4-5; Is 1:6 Rm 3:10-18; Sal 51:5; 58:3; Is 48:8; João 5:40; Rm 1:28; 3:11, 18; II Pedro 3:5; Rm 8:8; Jr 13:23; João 6:44-45; Rm 8:6-8; Ef 4:18; Rm 1:21; Jr 17:9). 

3 – A Doutrina da confissão positiva dá mais valor a palavra falada do que às Escrituras. 

Onde fica a luta de reformadores como Lutero? Muitos foram aqueles que lutaram para que hoje tivéssemos a Palavra de Deus em nossas mãos. Muito sangue foi derramado para que pudéssemos ler às Escrituras sem a interferência da vontade humana. Onde fica o princípio da “Sola Scriptura”? A Bíblia deixou de ser relevante para as nossas vidas? Creio firmemente que não e os textos bíblicos confirmam isso – Sl 19:7-11; Sl 119; Jo 5:39; Rm 15:4; II Tm 3:16-17.

Amado irmão, se precisássemos apenas falar e declarar para que as circunstâncias adversas fossem resolvidas e vivêssemos rica e abundantemente sem problemas, então porquê a Bíblia dá tanta ênfase a suportar o sofrimento? Se Paulo tivesse o poder de parar de sofrer decretando, então como foi que ele teve que ficar com o espinho na carne? Deixemos de incoerência e vivamos a verdade da Palavra do Senhor!

“Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. II Co 12:10. 

4 – A Doutrina da confissão positiva dá um conceito simplista da fé cristã. 

O evangelho de Cristo é o evangelho da cruz, da renúncia, do arrependimento, do nascer de novo. O cristianismo de hoje é um cristianismo sem cruz, sem sacrifícios. Gosto de dizer que é o “evangelho boa vida”, evangelho “não-faça-nada-e-ganhe-tudo”. Esse não é o evangelho de Cristo. Basta vermos alguns textos para comprovar o que estou dizendo – Jo 3; Mt 16:24; Mc 8:34; Lc 9:23; Gl 6:12; Mt 3:8; Lc 5:32; II Pe 3:9, etc. 

5 – A Doutrina da confissão positiva não tem o respaldo na História da Igreja. 

Fico imaginando Lutero ou Calvino orando da seguinte maneira: “Eu decreto que a partir de hoje o papado vai morrer, reivindico que todos os inimigos do evangelho sejam transportados para o inferno. Declaro explicitamente que não mais haverá mais heresias e que os inimigos da cruz de Cristo vão desaparecer da face da terra. Está decretado em nome de Jesus!”

Essa oração nunca aconteceu. Dentro da História da Igreja não se tem notícia de coisas absurdas como essa. Será que todos os grandes homens de Deus estavam enganados a respeito de sua fé? Quando examinamos biografias diversas dos homens de Deus, seja de quem for, notamos uma única nota coerente em todos: Verdadeira humildade. Todos foram humildes em afirmar a soberania de Deus e a fraqueza do homem. Agora, o homem quer mandar em Deus? Meus amados somos servos e não senhores. E basta para nós sermos apenas servos. 

Conclusão: Estude a Palavra e não fique por ai repetindo, como papagaio, aquilo que você escuta na televisão. É muito fácil pregar heresias. É muito prático dizer um “abracadabra” evangélico para que tudo se resolva. Difícil é estudar com afinco às Escrituras, passar horas debruçado sobre as páginas santas desse livro. Buscar de Deus o verdadeiro sentido da vida, entender às verdades centrais desse livro, no entanto, é salutar.

Como a Igreja do Senhor está precisando de bereanos hojeem dia. Vocêquer ser um deles? Oxalá que sim! Deus o abençoe.

NOTAS:
(1) A Sedução do Cristianismo, pg 268.
(2) Retirado da Internet – http://br.geocities.com/ipnatal
(3) Revista Eclésia, Ano V, Nº 67, Junho de 2001, pg 26.
(4) A paz Interior, pg 14-15, 8 a . edição, Record, Rio de Janeiro – 1979.
(5) Linhares, Pg. 16, 18.
(6) Somos Deuses? P. 28
(7) Bíblia de Genebra, p.732

Fonte: NAPEC


Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Deus dos derrotados!


O Deus dos derrotados





- Esperança para quem perde a concorrência da vida.



MANOEL SILVA FILHO



Todos na vida querem ser um Ayrton Senna, nunca Rubinho Barrichello. Porque desde pequeno somos convencidos que o mundo é dos que vencem. A lei universal da sobrevivência do mais forte sobre o mais fraco já se estabelece muito cedo na concorrência das relações familiares entre irmãos, nas disputas das brincadeiras de rua, e depois no colégio, quando somos compelidos a entrar na corrida desleal de quem é mais inteligente, mais bonito, de quem decora mais, quem tira a nota maior, de quem joga mais, desenha mais, escreve mais, e de quem consegue mais garotas. Na faculdade a história se repete e igualmente na especialização, no mestrado, no doutorado, no trabalho, na repartição, no departamento, na fábrica, no balcão. Sim, você pode argumentar e tentar me convencer que existe o lado positivo disso, que é bom pra incentivar garra e senso de valor.

Mas convenha comigo, sempre a concorrência exalta uns e atropela outros. A sociedade, a mídia e as propagandas de um modo geral estão prontas para enaltecer os capazes e chutar a bunda dos incapazes. E entre uma realidade e outra, os que não são eficazes se sentem totalmente inadequados na tentativa de sobreviver no mundo competitivo. Os obesos, os negros, os feios, os pobres, os improdutivos, os diferentes e os lentos de raciocínio se dão mal em qualquer lugar no mundo.

Infelizmente isso também ocorre dentro da própria igreja. Aqueles que oram mais, que jejuam mais, que “ganham mais almas”, que produzem mais tem maior possibilidade de ganhar mais medalhas de reconhecimento, como o Mutley, o cachorro do Dick Vigarista do desenho da Corrida Maluca, e os que não levam jeito, os que são modestos, os que não tem desenvoltura aprovada pela liderança são vistos como cristãos de segunda categoria, por que na prática só os vitoriosos são recompensados na corrida pela “perfeita santidade”.

O problema é que o fracasso nunca é anunciado no relatório estatístico apresentado a igreja no final do ano e a derrota e o fracasso se tornam resíduos incômodos varridos pra baixo do tapete, e os defeitos e fracassos dos irmãos são restolhos escondidos e entulhados no galpão dos breguessos esquecidos. Alem disso tudo, via de regra a própria igreja é culpada sim, por impor a venda de uma imagem distorcida, de que é composta de crentes invencíveis, infalíveis e cheia de super-crentes destemidos, de testemunho irrefutável.

Em meio a tanto triunfalismo, dá até vergonha mostrar fraqueza de qualquer tipo, e o jeito é se esconder hipocritamente por trás de uma máscara de dissimulação.

Mas enfrentemos a realidade. O que dizer dos segundos lugares, dos que perdem lutas, dos frustrados, dos esquecidos, dos diferentes, dos não privilegiados, dos não reconhecidos, dos que não obtém o desempenho exigido, dos que ficam para trás e não conseguem permanecer satisfatoriamente na corrida dos melhores lugares no mercado de trabalho na sociedade e na igreja? Onde estão eles?

Em contraste a esse embuste descarado, é absolutamente desconcertante descortinar a Verdade e ver que o Deus que é revelado nas Escrituras se mostra como um Deus fraco. Um Deus que se deixa ver desvalido e impotente, e conseqüentemente, um Deus plenamente solidário com a fraqueza humana. Esse Deus corre risco, não se impõe pela força, esbarra no livre arbítrio humano, e é atropelado por obstáculos aparentemente insignificantes, e enfrenta duras resistências como é exemplificado na saga misteriosa de Jacó.

Antigo Testamento, Vale do Jaboque, fronteira de Israel. Madrugada fria, as primeiras nesgas de luz despontam no horizonte, em meio ao lusco-fusco do amanhecer se percebe uma luta marcial entre dois vultos que lutam por horas noite adentro. O Anjo do Senhor, tipificação clara da presença de Jesus no VT, revela fraqueza e cansaço ao digladiar-se com Jacó. O Deus pré-encarnado vacila, resfolega e se deixa vencer, não sem utilizar um recurso derradeiro típico dessas lutas: descola o tendão da coxa do adversário. Jacó sente a dor aguda e claudica desnorteado, orbitando em torno de seu opositor, a coxa dói, uma marca pra toda vida e uma transformação radical, agora é Israel, príncipe que luta com Deus e vence. Um Deus que fraqueja para se fazer vencedor.

Novo Testamento, monte Calvário, imediações da cidade de Jerusalém. Teologicamente, o maior exemplo da fraqueza do Deus Todo-Poderoso é demonstrado ali.

Para quem olhasse de qualquer ângulo, via-se Deus morrendo. O Homem-Deus agoniza, seus cabelos estão emplastrados de sangue coalhado, suas costas esfoladas pelas chicotadas. Paulo chega a mencionar o paradoxo da fraqueza de Deus sendo mais forte que a força dos homens, e a kenosis de Deus se esvaziando como um balão.

Observe! Quer maior identificação com a fraqueza humana do que essa? Quer ver um homem sem glamour e totalmente despido de charme, beleza, ou qualquer atrativo físico? O profeta Isaías o viu assim, sem formosura e nenhuma beleza que justificasse o desejá-lo. Quer ver alguém abandonado, sem fãs e sem pessoas que o admirem? Quer ver alguém tão solitário, caindo vertiginosamente no abismo da mais densa treva de solidão, que o próprio Pai o abandona na hora mais excruciante de sua vida?

A cruz demonstra que Jesus, a encarnação do Amor se caracteriza pela identificação total. E durante sua caminhada pela terra Ele não se acercava de vitoriosos, das pessoas influentes, antes se voltava compassivamente para esse tipo de ser humano marcado pela fraqueza e pelo preconceito, ele andava com párias, com homens e mulheres de reputação duvidosa, prostitutas, publicanos e pecadores. Os fracassados. Os não atrativos, os não populares. Os segundo lugares. Ele bem que podia ter chamado jovens nota dez que conquistaram o último grau na escola rabínica, os graduados. Mas não. Jesus foi atrás de homens comuns, que abandonaram a sinagoga para seguir a carreira simples de seus pais, e se tornarem meros pescadores anônimos. Outros chamados eram subversivos, e outros, odiados coletores de impostos.

Penso que Jesus e seu Pai, à semelhança do pai (Dustin Hoffman) de Greg (Bem Stiler), na comédia “Entrando numa Fria maior ainda”, que se orgulhava dos terceiros, sextos e décimos lugares de seu filho, exibindo em sua sala de estar certificados e quadros comemorativos desses eventos, nosso Pai celestial também expõe na parede de Sua casa, certificados de nossos segundos lugares, marcadores que demonstram nossa sinceridade e esforço de fazer o melhor, (como a menção a Maria de Betânia, que Jesus diz que ela fez o que pode no derramar o caro perfume em Seus pés) e isso com o maior orgulho de paizão. Por que Deus não olha o desempenho ou a performance, mas a verdade no íntimo e a sinceridade do coração.

Sim, agora saiba que não há dor maior, abandono total, desinteresse absurdo e injusto dos homens, preconceito e desrespeito tão acentuados que não possam ser amplamente supridos por esse Deus que prefere mais a fraqueza à facilidade e status de glória humana.



Porque não temos um sumo sacerdote que não possa se compadecer de nossas fraquezas, porém um, que como nós, em tudo foi tentado em todas as coisas, mas sem pecar”- Autor da carta aos Hebreus. 


 Manuel DC colabora com o Genizah


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2012/09/o-deus-dos-derrotados.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

2 Superstições Evangélicas!


DUAS SUPERSTIÇÕES EVANGÉLICAS

Por Cicero Pereira
Pode parecer um disparate falar de superstição em meio aos evangélicos. Mas considerando superstição como crendice nascida e estabelecida em um meio, duas coisas me chamam a atenção nesse nosso universo.
A primeira é a situação de muitos pensarem que o que os torna cristãos é o fato de estarem numa igreja local. Ledo engano. O que nos torna cristãos é o novo nascimento. Quem coloca sua fé na igreja local não passa de um mero religioso. E isto é muito sério, pois quando se tem essa visão de cristianismo, termina se evangelizando mostrando a conversão como simplesmente mudar de religião. Em Mt 3.7-9, João Batista critica exatamente esta classe de pessoas ( Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão). Há vários outros exemplos nas Escrituras, como o jovem rico que não quis abandonar as riquezas para seguir a Jesus (Mc 10.21), Nicodemus, doutor da lei e não entendia de fato o nascer de novo (Jo 3). Tenhamos pois, nossa fé firmada na rocha, no Senhor da igreja.
A segunda superstição parece com a primeira. Tem muito crente achando que pode ser cristão fora da igreja. Hoje eles já tem até nome. Os sem-igreja ou desigrejados. Estes, com toda sorte de desculpas, afirmam poder ser crente longe de uma comunidade de cristãos, e coisas como se reunir numa lanchonete pra discutir aspectos espirituais da Rio +20 é ser igreja. Isto afronta o princípio bíblico registrado pelo autor da carta aos Hebreus, capítulo 10, versículos 19 a 25, que mostra claramente ato de congregar como uma característica do novo nascido, do verdadeiro crente. No verso 24, o autor diz CONSIDEREMO-NOS uns aos outros. Ou seja, considere o seu irmão digno de ouvir a palavra, digno de receber seu perdão, digno de ouvir um pedido de perdão, digno de crescer junto com você na graça e no conhecimento, digno de ensinar e de ser ensinado. E muito mais. Isto é estimularmo-nos ao amor e às boas obras. E Deus nos proveu esta graça, nos ajuntando para o louvor da glória do seu nome.
Em síntese, a igreja não salva. Nossa salvação está em Cristo, mas o crente de verdade, verdadeiramente convertido ao Senhor Jesus, vai procurar uma igreja local para congregar e crescer, junto com os outros membros do corpo de Cristo.
Deus nos abençoe.
***
Cicero Pereira é professor universitário, matemático, tricolor e um dos editores do blog da UMP da Quarta. É amigo e irmão em Cristo, e congrega na Igreja Presbiteriana em Campina Grande-PB.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A Ira é essencial!


A IRA É ESSENCIAL



Paul David Tripp


Neste mundo que tem sido terrivelmente arruinado pelo pecado, onde nada funciona como era para ser e onde o mal, muitas vezes, tem influência mais imediata do que o bem, seria errado não ficar irado. Como você pode olhar de frente para a pobreza e não ficar irado? Como pode considerar o crescimento das doenças sexualmente transmissíveis e não ficar irado? Como pode olhar para a corrupção política, que usa de cargos de governo para o poder pessoal mais do que para a proteção da sociedade, e não ficar irado? Como pode olhar para a taxa de divórcio na cultura ocidental, ou a prevalência da violência doméstica, e não ficar irado? Como pode ver o grande número de sem-teto que vagueiam pelas nossas ruas e não ficar irado? Como você pode ver a confusão de identidade de gênero e a imoralidade sexual que nos rodeia e não ficar irado?

Como você pode ver o estado de nossas instituições educacionais, das artes e do entretenimento e não ficar irado? Como pode olhar para o estado da igreja, que tantas vezes parece ter perdido seu rumo, e não ficar irado? Como você pode lançar um olhar para sua própria vida, sua família e seu círculo de amigos, como pode ver que o pecado emaranha e complica cada aspecto, relacionamento e situação de vida tão perto de você, e não ficar irado? Na vida e no ministério, a ira justa não é apenas importante. Ela é vital.

Como você pode ver a doença, a guerra e a destruição ambiental e não ficar irado? Como pode encarar o fato de que nada em seu mundo é exatamente como era para ser e não ficar irado? É simplesmente impossível você ver a vida com os olhos da verdade, e com um coração comprometido com o que Deus diz a respeito do que é certo e bom, e não ficar irado diante do estado em que as coisas estão neste mundo caído. Em seu ministério, como você pode ver diariamente os danos que o pecado tem causado às pessoas ao seu redor e não ficar irado? Neste mundo caído, a ira é algo bom. Neste mundo caído, a ira é algo construtivo. Neste mundo caído, a ira é algo essencial – desde que esta ira não esteja centrada em você.

As razões certas

Neste mundo caído, as pessoas de caráter e boa consciência deveriam ficar iradas.  Nosso problema em relação à ira talvez seja duplo: não somente ficamos irados repetidamente pelas razões erradas, mas também deixamos de ficar irados com a devida frequência pelas razões certas. O problema é que as coisas que deveriam nos deixar irados, e deveriam então nos mover à ação, simplesmente não suscitam mais a nossa ira. Nós nos acostumamos com a corrupção. Nós nos acostumamos com a pobreza, a moral pervertida da indústria do entretenimento, a quantidade de lares destruídos que estão ao nosso redor, os relatórios diários do crescimento dos males resultantes da depravação sexual em todos os cantos do globo.
Nós nos acostumamos também com o fato de que a Igreja é muitas vezes um lugar onde há divisão e falta de compromisso com a verdade. Nós nos acostumamos com a nossa própria complacência e hipocrisia, as tensões conjugais e a rebeldia dos filhos. Nós nos acostumamos com um mundo arruinado pelo pecado. Até mesmo os líderes espirituais entram no embalo do sono e se tranquilizam com muita facilidade apesar do compromisso ministerial. Coisas que deveriam produzir tristeza e preocupação, que deveriam nos incomodar, passam a ser coisas às quais deixamos de dar atenção e com as quais nos acostumamos.

Aprendemos a contornar os problemas, quase como se eles não estivessem lá. Aprendemos a habilidade de negociar os campos minados. A vida contaminada pelo pecado torna-se parte do nosso dia- a- dia e simplesmente não nos incomoda mais. Desenvolvemos a triste capacidade de não nos importarmos mais com aquilo que deveria quebrar o nosso coração e nos irar. Perdemos os valores e nem sequer percebemos isso. As coisas que Deus diz que não são certas passam a ser certas para nós. Perdemos a capacidade e o compromisso de ser ao mesmo tempo graciosos e irados. Passamos a aceitar o inaceitável e a conviver com aquilo que não deveríamos suportar. Deixamos de lutar movidos por ira justa e aprendemos a ir adiante movidos por complacência injusta. Quando procedemos desta forma, não somos fiéis ao nosso chamado e ao poder transformador e radical do evangelho de Jesus Cristo.

A ira justa não é opcional. Ela é um chamado para as pessoas que afirmam viver para algo maior do que a felicidade e o conforto pessoal, que estão comprometidas com o ministério e professam fazer o que é correto, verdadeiro, amoroso e bom diante de Deus. Você não pode ser semelhante a Cristo e estar livre da ira enquanto viver neste mundo arruinado pelo pecado. Esta ira faz com que você ame a graça de Deus e se esforce o quanto possível para proclamá-la aos outros, sabendo que é só esta graça que tem o poder de corrigir todas as coisas arruinadas que o deixam corretamente irado todos os dias.










Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2012/09/a-ira-e-essencial.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Minha Despedida do Mundo "GOSPEL"


MINHA DESPEDIDA DO MUNDO “GOSPEL”

Por Walter McAlister
Em meu mais recente post publicado neste blog mencionei que a denominação que lidero, a Igreja Cristã Nova Vida, recebeu a notificação de uma entidade representativa de milhares de compositores de música “gospel” acerca de recolhimento de direitos autorais. O texto foi redigido com angústia e ao escrevê-lo abri inclusive uma exceção na minha decisão pessoal de nunca citar nominalmente pessoas ou grupos que considero estarem incorrendo em erro. Houve repercussão. Desde então, muito foi dito sobre o assunto, por milhares de pessoas. Fui apontado como o pivô de uma polêmica nacional, o que me deixou mortificado. Saí da minha área de atuação, para onde pretendo voltar.
Todavia, há coisas que aprendi e que preciso esclarecer.
Como disse, nossa igreja recebeu uma carta de uma entidade representativa de compositores “gospel” (carta esta que postei na minha página do Facebook). Em reportagem na Internet vi que sua liderança negou que tenha sido uma notificação. Já fui informado que ela tem razão. Tecnicamente, a carta não foi uma notificação, até porque a referida instituição não tem respaldo legal para tanto.
Reconheço o meu erro. Mas a carta se intitula “Regularize sua Igreja”, cita decreto-lei e estipula o preço para que me regularize, o que me induziu a crer tratar-se de fato de um instrumento legal. A referida organização é representativa e, portanto, entende-se que, sem os seus afiliados, não teria a menor razão de nos contatar desta maneira e sequer de existir. Por lei, todos os afiliados são “solidários” às ações dos seus representantes. Sabendo disso, para mim ficou óbvio que isso seria uma expressão de todos. Fui procurado por muitos e me surpreendi positivamente ao descobrir, um por um, que os associados não tinham a menor intenção de pedir o que fosse.
Fiquei aliviado, mas, ao mesmo tempo, triste, pois vi que meu texto atingiu pessoas que nunca tiveram ciência dos atos de seus representantes. Por isso, peço desculpas a todos os que sofreram por isso. Agi por entender que os seus representantes os representam. Não imaginava que não fosse o caso.
Por outro lado descobri que nem todas as igrejas de nossa denominação agem conforme o desejo dos compositores de ter os seus nomes reconhecidos nas projeções com as letras das músicas a serem cantadas durante os cultos. Não imaginava isso. Mas certamente é algo que corrigiremos de imediato. Pois queremos fazer sim o que é correto. Creio que todas as igrejas deveriam fazer o mesmo.
Sou um autor. Entendo de direitos autorais, embora nunca tenha recebido um centavo pelos livros que escrevi. Mesmo sendo a Anno Domini a editora da denominação que lidero, nunca recebi pelos livros publicados por ela nem tenho participação nas finanças da editora. Sou um bispo assalariado. Os corinhos que compus são registrados, mas nunca embolsei um centavo pelo CD que gravei nem pelos direitos autorais – com a única exceção de um CD gravado pela cantora Wanda Sá e produzido por Roberto Menescal. Creio que recebi em torno de cem reais por isso.
Embora fale verdades duras sobre o estado atual da igreja evangélica brasileira, inclusive no meu livro O Fim de Uma Era (prefaciado pelo Dr. Russell Shedd), nunca citei um nome sequer. Nunca antes entrara nominalmente em polêmica alguma com quem quer que fosse. Citei a organização por entender que se tratava de uma entidade que agia à margem da lei e que amedrontou as igrejas, inclusive muitas das nossas.
O estado da música da igreja dos nossos tempos é um sintoma de problemas muito mais graves. Afinal, a teologia de enorme parcela da membresia da Igreja evangélica se adquire por meio daquilo que cantamos. Por isso, a popularidade de muitos corinhos – cujo conteúdo é notoriamente insípido e desprovido da fibra confessional dos antigos hinos – é motivo de grande angústia pessoal minha. É igualmente angustiante o culto a celebridades do ramo, independente do valor de seu cachê (afinal elas só cobram os valores que cobram porque há quem esteja disposto a pagar e se alguém opta por contratá-los, não é assunto que caiba a mim).
Sou um sacerdote, autor, conferencista e líder eclesiástico. Sou conhecido por minha coerência e cuidado ao explicar bem os princípios que defendo. Procuro me limitar ao campo de teólogos, sacerdotes e discípulos que querem aprender, mas essa situação me sugou para dentro do caldo “gospel” que é movido por marketeiros, empresários da fé, celebridades e fãs ensandecidos – a favor ou contra. Tanto que fiquei mortificado pelo fel que tão violentamente jorrou em resposta ao meu último post.
À vista de tudo isso, peço que me permitam uma retirada desse assunto. Falei o que tinha de falar. Mas tenho outros assuntos a tratar aqui no blog e gostaria de me ver livre desse mundo “gospel”. Aos amigos músicos, alguns dos quais me fazem muito bem (e aqui destaco Paulo Cesar, do grupo Logos, e Asaph Borba), peço desculpas pela dor que esse equívoco me levou a lhes causar.
Na paz,
+W
**
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

Seguidores