quinta-feira, 25 de abril de 2013

Bicicletas e eleição!


Bicicletas e eleição

Será que Deus escolheu seu filho para dar uma bicicleta? Caso a resposta seja afirmativa, como saber que sim? Afinal, todo mundo pode estar sinceramente enganado. E caso Deus tenha escolhido o seu filho, e tenha deixado o meu de fora? O seu filho é menos trapo do que o meu? Essa doutrina é muito difícil de aceitar... Será que vou pro inferno por causa disso? 
É assim que alguém, em anonimato, vem questionar a validade da doutrina da eleição (ou da predestinação, se levarmos em conta o contexto). O anonimato mereceria toda a reprovação que convém, mas também convém responder, pois o discurso é típico. Então eis-me aqui dando-me ao trabalho de comentar...
"Será que Deus escolheu seu filho para dar uma bicicleta?", pergunta-me. E respondo eu: meu Lucas tem uma bicicleta. Certamente o pai assim o quis. O Pai também. Meu Mateus ainda não. O pai já escolheu, mas o Pai ainda vai revelar. Se tal ocorrer, no entanto, é porque Ele realmente assim o escolheu. A vontade do pai, ainda que sua própria, não é livre da escolha do Pai.
"Como saber que sim?", insiste. E insiste mais: "Afinal, todo mundo pode estar sinceramente enganado". Ora, pergunto eu, como saber qualquer coisa? Se a resposta fosse negativa a pergunta seria ainda a mesma. Mas não precisamos de qualquer desespero cético: temos o Absoluto Deus. E, ainda mais, neste caso temos abundantes referências bíblicas que nos garantem que nada acontece sem o decreto divino. Mas deixarei epistemologia e teologia de lado. Pois é depois daqui que a coisa se torna mesmo interessante e típica.
Será o filho de outrem, sem a bicicleta, mais trapo que o meu Lucas? E será meu Mateus mais trapo que meu Lucas? Bem se vê que tais perguntas refletem o âmago mesmo da questão. E ela não tem a ver com predestinação e eleição, como bem já notava quem antes falou sobre isso. O problema é antroplógico. Mas é mais que assim tão teórico. O orgulho totalmente depravado tem seus efeitos, para nossa tristeza, mesmo entre nós.
Entretanto, a verdade é que meu Lucas é trapo, assim como meu Mateus. Eu os amo muito e ambos terão uma bicicleta, se assim o Pai permitir. Também, assim ambos são trapo como aquele outro que não tem a bicicleta. E, finalmente, para sair da ilustração e ir ao ponto, não é por ser mais ou menos trapo que meus filhos serão eleitos, mas pela Graça somente. Também não é por ser mais trapo que o outro será condenado, se o for, mas todos nós somos dignos dos tormentos eternos.
Pela Graça somente! E é somente pela Graça que podemos reconhecer que somos este trapo. Que somos todos igualmente trapo. Um trapo cuja imundície não pode ser limpa senão por Deus.
Certamente não é necessário conhecer a doutrina para ser salvo. Mas reconhecer-se trapo e ser limpo por Deus somente é necessário. Isto é aceitar a doutrina mesmo que sem conhecê-la. Porém, não aceitá-la, conhecendo ou não, é não reconhecer-se trapo imundo. Isto logo levará a pouca necessidade de limpeza... 
Ora, quem se pensa são irá ao médico? É bom pensar melhor, pois a estes o que há é mesmo o inferno!
SDG!


Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

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