terça-feira, 17 de setembro de 2013

Arminianos militantes são tão chatos quanto calvinistas militantes!

Arminianos militantes são tão chatos quanto calvinistas militantes!

Por Gutierres Fernandes Siqueira

Há poucos dias escrevi que uma bênção do arminianismo é a ausência de militância, mas isso, infelizmente, tem mudado. Hoje, para minha surpresa, descobri uma comunidade no Facebook chamada “Não ao calvinismo na CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus)”. Mil desculpas aos meus amigos internautas que curtiram aquela página, mas é muita bobagem para pouco espaço. É militância desprovida de razão.

1. Editora confessional não significa “confessionalismo” radical. Ora, não é porque a Assembleia de Deus seja uma igreja majoritariamente arminiana wesleyana que a mesma não possa publicar outras visões soteriológicas. Isso mais enriquece do que empobrece os leitores assembleianos.

Carson é exemplo de erudito calvinista
 moderado publicado pela CPAD. Que venha mais!
2. A maior parte dos livros de autores calvinistas publicados pela CPAD não tem como tema a soteriologia. O ótimo livro A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno, por exemplo, fala sobre a nossa relação com a cultura. Nele, por exemplo, lemos ótimos textos de Tim Keller, Mark Driscoll, John Piper, D. A. Carson etc. Não há calvinismo propriamente dito. Outro exemplo de teologia da cultura é da calvinista Nancy Pearcey em Verdade Absoluta. No maravilhoso livro A Difícil Doutrina do Amor de Deus, também publicado pelos assembleianos da Casa, o autor D. A. Carson critica o calvinismo em duas ocasiões.

3. É estranho uma editora pentecostal publicar John MacArthur Jr.? Sim, concordo que é meio bizarro publicar o mais conhecido antipentecostal dos Estados Unidos. Mas isso mostra uma virtude da CPAD: a tolerância. Será que a Editora Cultura Cristã, por exemplo, teria a mesma atitude? Isso é ponto positivo para a editora assembleiana. E, é claro, em nenhuma obra publicada pela Casa o autor fala sobre pentecostalismo propriamente dito. Eu também não gosto do MacArthur, mas isso não significa que ele seja totalmente desprezável.

4. Como a CPAD pode desprezar autores calvinistas se eles escrevem mais do que outros autores de confissões conservadoras? Cite pra mim, por favor, alguma obra de referência escrita por uma pentecostal brasileiro! Não há nenhuma. Mesmo os nossos melhores teólogos têm livros que lembram mais apostilas de seminário de férias. Somente quem escreve mais do que os calvinistas são os teólogos liberais. Logo, a CPAD não tem muita escolha. Nem ela e nem as batistas Vida Nova e Hagnos e  a interdenominacional Editora Vida.

5. Eu dou graças a Deus pela postura sem preconceitos da CPAD. Não sou calvinista, mas os autores calvinistas publicados pela Casa muito me ajudaram a compreender melhor a fé cristã. Sim, sou bastante feliz de ter livros da Casa com ótimos autores como J. I. Packer, John Piper, Nancy Pearcey, Charles Colson, D. A. Carson, Matthew Henry etc.

Portanto, caros arminianos, voltem ao tempo que a militância chata era algo apenas de calvinistas desmiolados.


Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

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